Páginas Vs Frames - Convergente

Convergente é o último livro da trilogia Divergente e dá continuidade aos eventos do livro anterior, Insurgente.
Após a divulgação do vídeo de Edith Prior e a queda do governo de Jeanine Matthews, a situação em Chicago fica um pouco atribulada. Um grupo denominado Os Leais se forma, buscando seguir as ordens de Edith e enviar Divergentes para fora da cerca. E como não podia deixar de ser, Tris e Quatro embarcam nessa, juntamente com alguns companheiros.

Chegando do lado de fora, eles se descobrem como elementos de uma sociedade ainda maior e com algumas peculiaridades. É aí que eles entendem o que significa realmente ser um divergente e como funciona toda a sociedade em que viviam até então.

É claro que essas informações todas não os deixam confortáveis, afinal estamos falando de uma trilogia distópica contemporânea, por isso, depois de todas as descobertas, surge um novo problema a ser resolvido na história.

O livro é narrado por Tris e Quatro, com capítulos alternados (e ainda bem que eles são identificados no início de cada capítulo, porque eu me confundi trocentas mil vezes! Ponto negativo para a narrativa, que não deixava claro quem era um e quem era outro). Para mim a personagem Tris deu um salto com relação ao seu desenvolvimento nesse livro. Apesar de ser um pouco arrogante em alguns momentos, ela agiu de maneira bastante inteligente, ao contrário de Quatro, que só fez cagada nessa história. Ele só fez a coisa certa já no finzinho do livro, quando já não tinha mais muito o que acontecer.

E falando em final... Que final é esse, minha gente? Ma-ra-vi-lho-so! Apesar de ser um 'felizes para sempre', achei super justo.

Vs.

E o filme? Pois então... na minha opinião o filme é bem ruim, viu? Ele tá longe de ser uma adaptação (mas isso nós já havíamos percebido desde Insurgente, né?) e deixou a desejar até como filme baseado na história original.

Mesmo assim, eu fui ao cinema curiosa, querendo saber qual o caminho que a história ia seguir e ainda assim não consegui me convencer. Digamos que beeeeem lá no fundo a essência da história é a mesma (o que já é melhor que Insurgente), mas pra mim as mudanças foram muitas e não funcionou. Eu só não saí mais decepcionada do cinema porque já havia me decepcionado o suficiente com o filme anterior.

Pra quem não leu os livros e gosta de tecnologia, acredito que seja um bom filme, mas se você pensar como leitor e fã da serie, vai perceber que tem tanta coisa que não faz sentido nenhum!! A tecnologia do Departamento de Auxílio Genético quase me fez gargalhar. Qual a necessidade daquelas bolhas? E aquele banho? Viajaram legal! Está tudo futurístico demais e eu sinceramente não sei o que vão fazer com Ascendente, porque 85% da história do livro já foi contada.

Enfim, como já era de se esperar, levaram a história pra um lado completamente diferente dos livros. Mas o que podemos fazer, né?

Página #37 - Todo dia (David Levithan)


Todo dia
David Levithan
Editora Galera Record
280p.
Skoob | Orelha de Livro


A é um ser sem gênero que acorda todos os dias no corpo de uma pessoa diferente. Num belo dia ele acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada. Até então A tentava não mudar a vida das pessoas em quem habitava por um dia, para que no dia seguinte tudo seguisse da mesma forma, porém ele se apaixona por Rhiannon e passa a tentar encontrá-la todos os dias, não importa o que isso provoque para os seus hospedeiros.

Por si só a premissa do livro já é incrível, mas Todo dia é ainda mais! O livro é lindo, fala do amor na sua forma pura, sem levar em conta gênero, raça, sexo, cor e qualquer outra característica física. O que interessa aqui não é o porquê A acorda cada dia em um corpo diferente, mas refletir sobre a diversidade, se colocar no lugar do outro, entender que cada um lida com seus problemas de uma forma e que não existe problema maior que o outro.

Esse livro estava parado na minha estante há um tempão e que bom que peguei nesse momento para ler! Foi uma leitura muito gostosa. É o primeiro do David Levithan que leio e já estou apaixonada. Tenho mais dois livros dele na estante e tenho certeza que serão os próximos a serem lidos. Esse cara tem o dom, viu!

O A é um personagem muito fofo e Rhiannon é uma menina bem forte, que deve ter muitas questões em sua vida. Infelizmente não conhecemos muita da vida dela em Todo Dia (para isso Levithan lançou Outro Dia, espécie de 'continuação' deste.) As vivências de A tornam o livro mais interessante, porque ele acorda no corpo de pessoas com depressão, acima do peso, extremamente pobres, mesquinhas, fúteis, de bem com a vida, apaixonadas, transsexuais. A partir disso, podemos refletir muito sobre a nossa necessidade de pertencer, de criar laços, já que pra A isso é algo bem distante.

Acho que o fato de o primeiro corpo que ele habita no livro ser um menino me fez imaginar A como um menino (sem contar a tradução que usa o artigo 'o' quando se refere ao personagem). Provavelmente ler o original em inglês deve fazer mais sentido, por ter um artigo neutro. Mas também não faz tanta diferença assim, né? O autor consegue muito bem passar a mensagem e nos fazer ficar dias refletindo.

Indico de olhos fechados! Vale muito muito a pena. ;)

#ProjetoDeLeitura - Os Miseráveis (Tomo 1 - Fantine)



Hey pessoal! Ontem terminou oficialmente o prazo para a leitura da primeira parte do livro Os Miseráveis, intitulada Fantine. Por isso hoje venho falar um pouco das minhas primeiras impressões e o que estou achando da leitura do livro.

Para começar queria dizer que quem se sente temeroso só pelo tamanho desse livrão, pode deixar o medo de lado, porque a leitura é extremamente agradável! A gente sempre pensa que clássicos são complicados e cansativos de ler, mas me surpreendi muito com Os Miseráveis. A leitura está sendo muito gostosa e nem um pouco cansativa.

Pois bem, esse primeiro tomo começa contando a história do Bispo de Digne, responsável pela mudança drástica na vida de Jean Valjean. É a partir do encontro com o bispo que Valjean, um ex-forçado, condenado por roubar um pão, assume uma nova identidade (Sr. Madeleine) e torna-se o homem mais importante de uma cidadezinha da França (Montreuil-sur-Mer).

É também neste primeiro tomo que conhecemos Fantine, uma jovem costureira que é abandonada pelo amante com uma filha nos braços. Diante dessa dificuldade, Fantine deixa sua filha com um casal de estalajadeiros corruptos, que levam a pobre mulher à miséria, por pedirem mês a mês, sempre mais dinheiro para os cuidados com Cosette. Fantine chega a vender os cabelos e os dentes acreditando estar ajudando a filha.

Mesmo tendo mudado de vida e cheio de bons feitos, Jean Valjean é descoberto e perseguido por Javert, um inspetor de polícia rígido e de certa forma obsessivo. Após ser denunciado por Javert, Valjean se entrega para salvar a vida de Champmathieu, que estava sendo condenado em seu lugar. Mesmo assim, já no final do tomo, Valjean foge da cadeia e vira motivo de difamação na cidade que ajudou a enriquecer.

Até agora, Os Miseráveis tem me feito pensar muito na nossa sociedade. Acho incrível como Victor Hugo pode ser tão atual. Alguns quotes que destaquei no livro podem muito bem servir para descrever o nosso tempo e isso é chocante. Victor Hugo fala de uma sociedade miserável, que passava por sérias dificuldades após o período do Absolutismo e do Império Napoleônico. 200 anos depois, ainda vivemos misérias, injustiças, desrespeitos, preconceitos.

Por enquanto é isso que tenho para falar. Agora em maio começo a leitura do segundo tomo, Cosette, e volto no final de junho para falar mais um pouco. ;) Mais alguém aí está acompanhando esse projeto de leitura?

Se você quiser saber mais sobre esse projeto, clique aqui.
 
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